Eu me lembro que o céu estava estrelado como eu nunca tinha visto, e tamanho era o brilho das estrelas que nem se sentia falta da lua. O alojamento era preenchido pelo vento frio que entrava pelas frestas das janelas e portas. No quarto eu me acomodava no leito duro formado pela cama velha e o colchão surrado. Na ausência do forro, eu observada o telhado e curtia o samba que ecoava de um bar a dois quarteirões.
Ela me pedia apoio e compreensão. Eu entendia, sempre entendi. Embora nem sempre fosse de acordo, a empatia sempre foi muito grande. E naquele momento, sobretudo, eu preferia adiar a conversa para um restaurante, à meia luz e regado a um pinot noir que ela outrora prometera. Mas não, havia nela uma certa urgência. E ela se vestia da coragem que a distancia dá.
Sempre achei que as despedidas deveriam ser até logo mais. Mas a vida não permite ensaios e viver é estar sempre preparado pra dizer adeus.
O adeus tem três estágios: a negação, o desespero e a aceitação. Primeiro nos negamos a acreditar, depois vem o desespero de assumir a verdade e finalmente vem a dor da aceitação. É preciso passar por todos para que a ferida se feche. E só o tempo é capaz de cicatrizar.
Agora a ficha começa a cair. E eu nem completei a ligação. Tudo desceu como uma bebida sem gelo, engolida às pressas, às vésperas da sede. Que venha o tempo...
 
Me arrisco a dizer que a bebida poderia ter aquela bela caipirinha...
ResponderExcluirE o que fica ?
ResponderExcluirA espera pela 2ª feira..
Correr pra ver a msg que apita e ser da Tim.
Escrever mil coisas, apagá-las e contar isso.
O sorriso que delira.
A voz que bate e fica.
A cia para ouvir as "melhores" músicas.
O rádio que fala por nós.
O tempo que passa lento e corre.
A vontade de tomar um porre.
Os carros que não param de passar.
A vontade de se jogar.
A chuva que envolve.
A lágrima que escorre.
O momento de desespero.
A busca, a espera e o encontro.
Disso tudo tenho apenas uma certeza.
O que fica é a lembrança e o que "parece ser o fim pode ser apenas o começo".