E me pergunto se devia ter voltado... 
Férias, pra mim, já tinha virado sinônimo de uma semana de folga, com passeios corridos e o celular no bolso, sempre em alerta. Já não sabia o que era esquecer de tudo, já tinha esquecido o gosto de sumir do mundo e no mundo. Ahhh, como é bom! É como voltar no tempo em que a responsabilidade era apenas o dever de casa.
Desliguei o celular, não acessei e-mails e respeitei o decreto inicial da viagem que dizia ser proibido falar de trabalho. A partir daí, o meu único horário era de pegar o café da manhã do hotel. Meu único compromisso era conhecer alguma coisa diferente no dia. O resto, ficava a cargo da criatividade e alegria da família.
Foram três semanas, cinco cidades, três países, sete dias num navio e seis quilos a mais na balança. E o que eu faço com esses números? Afinal, em férias não se faz conta. E já começo a crer que o resultado da conta não feita é mais exato do que aquela exaustamente calculada.
As férias são justificadas como período de descanso remunerado do trabalhador. Engana-se quem acha que é pra descansar. Férias é para aproveitar. Se descansar, não aproveita, se não aproveita, não é férias. Bem contraditório! Mas bem real. Estou quebradíssimo e ainda não consegui voltar ao fuso horário daqui. Juntou o sono e o cansaço acumulado e ferrou o serviço que estava atrasado.
Voltar a realidade é tortuoso. Fica aquela saudade de a colega falava... Como queria não ter mais que preocupar, mais que pensar, mais que escolher. Queria tanta coisa. Mas acho que tenho braços curtos e pés muito presos ao chão. Devia ter ficado, devia sumir no mundo. Mas o fato é que voltei. Então, que saudade! Agora me aguardem, chegaram as tardes de sol a pino!
 
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