segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Hipocrisia x Sexualidade

O último post é uma resposta ao texto de uma amiga que diz que um homem ruim de cama é importante na vida sexual de uma mulher. Eu discordo. Mas isso não vem ao caso. Retomo o assunto pois basta falar de sexo para que o indicador de censura seja ativado.

Escrevi um texto sobre sexo sem usar uma vez se quer a palavra sexo. Tratei o assunto sem qualquer vulgaridade, sem ser pejorativo e sem levar para a banalização. E, apesar disto, o comentário que aparece é “?”. Tenha dó!

Antes de nascer a pessoa já tem um direcionamento sexual e já começam surgir pretendentes. Nem é preciso ir para escolinha para que os pais já arrumem os primeiros namoradinhos e se encarreguem dos inocentes primeiros beijos. Quando os hormônios começam se manifestar, os pais passam para o outro lado da mesa e começam com o discurso do pudor, da responsabilidade, dos valores morais. Mas ai é tarde...

É tarde porque a pessoa já está inserida no mundo, onde tudo é mais explicito. O horário nobre da televisão traz na pauta a primeira vez, a homossexualidade, o hedonismo. As músicas puxam para o lado vulgar, que leva a danças sensuais. A internet além de permitir o acesso mais fácil a tudo isto, ainda facilita os encontros e as baladas. O mundo seduz e espera um tropeço para poder julgar.

A sociedade é hipócrita! O inconsciente coletivo julga e condena todos os frutos da libido. Os mais desinibidos são alvos dos mais diversos preconceitos. E os mais tímidos sofrem na tentativa de sublimar o conflito entre o desejo natural e a imposição moral. Não se pode falar, não se pode fazer. É a lei geral. Mas tudo isso vai abaixo quando é carnaval, tudo perde validade entre quatro paredes.

Esse puritanismo tem origem na religião que rotula o sexo de pecado da carne. Pra mim, essa condenação ao sexo é apenas um artifício para doutrinação pela da fé. Isto porque pessoas sem desejos questionam menos e são mais susceptíveis à manipulação. Afinal não tem outra explicação para chamar de transgressão o ápice da intimidade, do amor.

Eu só não sei o que é pior: se é gostar e não assumir ao mundo, vivendo num conflito interno, ou se é não ter provado e assumir uma satisfação pela castidade, enquanto no fundo da alma fica amargurado o desejo e a curiosidade.

Acho que foi-se o tempo de horrorizar. Como todo preconceito, não é preciso concordar, mas vale aceitar e não julgar.


Trilha sonora: A maçã – Raul Seixas

2 comentários:

  1. Eu que coloquei o "?" porque fiquei em dúvida para quem se direcionaria o "Doidinha" no final!

    Tá precisando ir pescar heim?

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  2. Ah, e foi anônimo porque fiquei com preguiça de logar!!kkkkk

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